Escolher a próxima cerveja como você escolhe a cor da parede do seu quarto ou da sala. Com 202 rótulos de 44 cervejarias nacionais, o Beertone Brasil, guia baseado nas cores das bebidas, chegou ao País neste mês, após uma bem-sucedida primeira edição na Suíça, lançada em abril do ano passado.
Apesar do primeiro guia contemplar 202 cervejas suíças, o criador do Beertone não é de lá. Nascido em São Paulo, mas atualmente em St. Gallen a trabalho, Alexander Michelbach, de 35 anos, diz que escolheu se dedicar às loiras do país europeu por conta do fácil acesso.
CERVEJA NO TRABALHO ORIGINOU A IDEIA
O diretor de arte trabalhava em alguns “projetos com prazos estourados” quando resolveu pegar uma cerveja na geladeira da agência. Foi assim que ele teve a ideia. “Pensei se isso existia, procurei e vi que não existia um guia de cervejas ordenado pela cor. Achei que seria interessante, montei um esboço de como eu imaginava, fiz umas montagens e mandei para amigos e para o meu irmão. Perguntei se eles achavam viável ou se era uma loucura que a gente nunca conseguiria fazer. Eles gostaram, começamos a planejar no dia seguinte.”
Michelbach, que se mudou para a terra de Roger Federer em 2008, conta que no início tudo não passava de um protótipo e que ele, na companhia de um amigo chamado para ajudar, lançou, em novembro de 2012, um site “só com duas páginas, contando um pouco da história”. A reviravolta, de acordo com o diretor de arte, veio quando blogs dos EUA, lar de uma já considerada grande escola cervejeira, tomaram conhecimento do trabalho.
“Alguns blogs acharam e começaram a publicar. Começou um ‘eu quero, eu quero, eu quero’, então montamos um sistema de pré-venda para financiar projetos, esquema Kickstarter (conhecido site de financiamento coletivo), e como toda produção foi feita na Suíça, os custos são razoavelmente altos. Os EUA são o país para quem a gente mais vende”, afirma.
Depois da experiência suíça, era a vez das cervejas artesanais do país natal. “Eu queria fazer do Brasil desde o começo, mas a distância era uma dificuldade. Quando eu vim para cá em dezembro [de 2013], eu já tinha iniciado os convites para as cervejarias, apresentando o projeto e se eles tinham interesse. Todas responderam no prazo de duas semanas, ninguém falou ‘não’”, diz o diretor. Marcas como Colorado, Wäls, 2Cabeças, Dama Bier, Dortmund e outras estão no guia.
Cada “página” traz um rótulo, a cervejaria responsável, sua cor de acordo com as escalas SRM (Standard Reference Method) e EBC (European Brewer’s Convention), o IBU (índice que mede o amargor da cerveja) e QR-Codes que dão acesso à plataforma mobile do projeto.
Além dos eventos de lançamento em quatro cidades – São Paulo, Santo André, Blumenau e Rio–, Michelback espera comercializar o Beertone Brasil em livrarias. “É um dos nossos principais pontos de venda na Suíça”, explica. Cada guia custará R$ 49, mas uma edição especial acompanhada de uma garrafa de alumínio está sendo trabalhada, ainda sem preço definido. O número de rótulos – 202 – não é superstição. “Na edição suíça, listamos 201 cervejas, mas no último momento apareceu uma. Aí ficaram 202. Notamos que se aumentar muito, vai ficar tão grosso que dificulta o manuseio, esse é o tamanho ideal para não ficar muito grande.”
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